quarta-feira, 4 de maio de 2016

Família: Como educar em tempos de crise


Uma grave crise econômica como a que o Brasil atravessa neste momento não tira o sono só dos adultos. As crianças ouvem as conversas da família, assistem a telejornais e também se angustiam com relação ao futuro. Uma escola fez recentemente uma pesquisa com os estudantes do Ensino Fundamental sobre quais são seus maiores medos e, em primeiro lugar, apareceu a resposta: “os pais perderem o emprego”; no caso de filhos de pais desempregados, eles “não conseguirem um novo trabalho”.

Como lidar com isso? Não se trata de omitir a realidade nem afastar as crianças do noticiário. Embora estes períodos sejam difíceis, representam uma oportunidade para educar a respeito das atitudes diante da vida.

Em primeiro lugar, é preciso dialogar sobre superação. Comparações com os esportes ou com a vida escolar podem ajudar. Explicar às crianças que, quando um time está mal, é necessário que os jogadores fiquem unidos, coloquem mais garra nas disputas, tirem forças para dar a volta por cima. Da mesma forma nas matérias da escola: quando as notas estão baixas, é preciso se esforçar mais.

Outro aspecto importante é dar o exemplo. Mesmo que as soluções não dependam diretamente das pessoas, numa crise não se deve ficar parado. Há que trabalhar com mais qualidade, estudar coisas novas e ajudar os parentes e amigos que passam dificuldades. Se os pais agirem assim, estarão ensinando os filhos a encarar com mais força os desafios de outros momentos da vida.

É a chance, ainda, para reforçar a educação financeira das crianças, envolvendo-as no esforço da família. Explicar por que é importante reduzir gastos e como fazer isso. Fazer um planejamento para administrar os recursos de forma racional, desde a mesada, até a energia ou a água. Mostrar as vantagens de poupar nos tempos favoráveis, para não passar tanto aperto depois.

Por fim, é a hora de investir na educação política. Por que uma nação rica passa por situações adversas? No contexto da globalização, por que o que acontece em outros países nos afeta? Como ajudar a movimentar a economia sem cair no consumismo exagerado? Por que distribuir a renda favorece, em médio prazo, o crescimento do país? Discussões como essas estimulam o pensamento crítico e provocam a criança a pensar “fora da caixa”.

Por maiores que sejam os problemas da família, há que procurar reduzir a ansiedade das crianças, para que isso não afete sua estabilidade emocional ou mesmo o desempenho escolar. Elas devem aprender que fases ruins não só não duram para sempre, como também podem trazer novas e inesperadas oportunidades.

G1 Educação

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